Cap. 1 amor à primeira vista.
O sol já tinha se posto em Solare do Sul, uma cidade daquelas pequenas e tradicionais, de dia calor de noite frio. Ela é bem do jeito que eu gosto, tem um ar puro e árvores de um verde reluzente que faz contraste com o céu azul. Solare é um lugar que me lembra da década que nasci, no meio de toda essa hera futurista, Solare é o meu lugar favorito, meu refúgio. Eu cheguei aqui há alguns anos não lembro ao certo, não sou boa em guardar datas, mais foi logo que cansei de viver em lugares tão diferentes da época que nasci Solare não evoluía, ela era perfeita pra mim. Sempre solitária tudo que procurava durante séculos era alguém para amar e viver minha eternidade. Já que não tive a escolha de ser uma imortal, só que ser uma imortal solitária parecia estar condenado ao inferno. A principio tudo era bom, viver pra sempre sem envelhecer me parecia o paraíso, mais com o passar dos anos todos seus familiares e amigos morrem, ninguém mais te conhece a não ser os da sua própria espécie e é ai que entra o inferno da solidão eterna, quando não se consegue conviver com assassinos.
Mais parecia que ninguém era bom o bastante para despertar o amor em mim. Procurei por países diferentes, durante anos, e nunca encontrei alguém que pudesse me despertar ao ponto de eu lhe dar a imortalidade ao meu lado.
No final daquela tarde eu tinha saído para colher umas rosas no final do bosque, em um campo aberto. Eu estava com o meu vestido vermelho e como gosto de sentir a grama retirei os sapatos, já era noitinha, o horário que costumo sair de casa todos os dias, a noite sempre é a melhor opção, viver nas sombras é a minha sina, meu destino, já que de dia o sol é capaz de me carbonizar, às veze eu saia para caminhar e às vezes para ir ao hospital. Nessa noite encontrei lindas rosas já desabrochadas e as coloquei em um cesto que carregava em meu braço. De repente senti um cheiro delicioso no ar que não era a grama, nem as rosas, nem a brisa da noite era cheiro de sangue humano fresco, sem poder segurar meus extintos, considerando que isso nunca foi muito normal comigo, me virei para olhar, minha visão que aproxima as coisas com rapidez me levou a ver rapidamente o rapaz ali presente... Era lindo, cabelo negro, jogado de lado e meio bagunçado, lábios carnudos, olhos puxados, sorriso largo, jeito brincalhão, corria de um lado pro outro rindo e caindo no chão, parecia esta brincando de luta com outro rapaz que ali com ele estava. Fiquei analisando de longe ate que o outro rapaz foi em direção ao bosque e gritou para ele:
-vamos embora!
-ainda não irmão, ficarei mais um pouco... Respondeu deitando na grama .
Não pude conter a oportunidade, me aproximei dele devagar ele percebeu minha presença se levantou e olhou profundo nos meus olhos, quando ele olhou pra mim senti uma sede que mal podia conter, respirei fundo se é que estou viva, e senti um misto de paixão e embriaguez do cheiro de seu sangue, que me possuiu com uma rapidez que mal podia controlar, era diferente, era forte, era real o que eu sentia, era difícil entender e ao mesmo tempo muito claro, e se espalhava por minhas veias como uma doença, como um impacto de fogo com a agua, eu me apaixonei por ele assim do nada, em questão de segundos como só se vê nos filmes de romance, eu o desejava sem saber o porquê. Eu o atrai para mim com a naturalidade de quem sou e sem dizer nada ele passou sua mão pela minha cintura, e acariciando meus cabelos me beijou. Eu não tive mais duvidas, como meus extintos são fortes e aguçados eu não tive duvidas, era ele a minha tão sonhada alma gêmea, seu cheiro era doce atraentemente delicioso para uma refeição, seu gosto era agridoce passeando pelo sabor do mel chegando até o fel, despertando o querer e não poder, alertando o lado do mal e alegrando o lado do bem e então parei de beija-lo sem poder mais me controlar.
-o que foi estava ruim o meu beijo... Disse ele intrigado.
-não, pelo contraio estava suculento... ou melhor maravilhoso, você beija bem. eu dizia tentando recuperar os sentidos. -qual seu nome ruiva? Ele dizia encantado comigo a voz era suave, minha natureza poderia fazer qualquer um se apaixonar por mim, tenho uma natureza sedutora e bonita, posso manipular a mente de quem eu quiser, mais a dele era difícil fazer, porem então eu estava sentindo seu interesse por mim sem “manipulação de mente” que eu poderia estar fazendo, deixei assim, eu preferia saber das coisas de uma forma mais humana às vezes, ou quase sempre eu diria.·.
-Sou Lore, muito prazer, e você quem é?
-Adan, bom sei que já te beijei mais...muito prazer ,nunca te vi por aqui acho que finalmente vou gostar de Solare...
- Porque não gosta de Solare?
-Sei lá é talvez um pouco arcaica demais...dizia ele
-Mais sabe que é mesmo isso que gosto nesse lugar, parece um tesouro perdido, é tão romântica, tudo aqui ainda é tradicional não vê os casais como são felizes, as esposas tão compenetrada em amar seus maridos e filhos, os maridos trabalhando com amor para dar o melhor a suas famílias, é tudo tão dentro dos padrões, tudo tão exato, se encaixando em cada lugar certo. O mundo todo já foi assim um dia, e era bem melhor de se viver, as pessoas tinham seu papel ,as coisas pareciam está no lugar, hoje em dia tudo é uma bagunça, disputa entre homens e mulheres fizeram o romantismo desparecer, crianças que crescem em lares destruídos, a falta de respeito, o ódio, as mortes e tudo mais. E no meio disso tudo existe Solare e suas tradições, como eu já disse um tesouro perdido.
-Rá, até parece que você viveu esse tempo, se não fosse tão jovem eu diria que parece minha avó falando. É serio que você pense assim? Nos dias de hoje, isso é uma surpresa!
-Não vivi essa época, mais meus avós me contaram muitas vezes como eles viveram por isso eu sempre fui apaixonada por esse tempo. Eu dizia tentando encobrir a besteira que acabei de fazer.
-por isso eu escolhi Solare para morar ,desde que perdi meus pais eu optei por ficar aqui, minha irmã não, ela é adepta aos padrões de hoje e mora na cidade grande com direito a muito luxo, baladas, namoros curtos , muita curtição e muita tecnologia.
-Como perdeu seus pais?
-Não gostaria de falar nisso agora Adan, mais e você com quem mora?
-Com minha famila, eu estava estudando fora ,e voltei tem duas semanas.
-Por que voltou?
-Já era hora de voltar...dizia olhando para o chão pensativo com algo que ele sabia que teria de cumprir.
-Eu vou te ver de novo? Eu perguntei olhando nos olhos dele.
-Solare jamais será a mesma depois de hoje pra mim, amanhã no mesmo horário ,que tal um piquenique?
- é bem a cara de Solare... eu disse.
-e bem a nossa cara! Ele disse me beijando novamente. -eu estava procurando uma mulher assim como você sabia... dizia enquanto me beijava por varias vezes carinhosamente, de leve e devagar.
-arcaica! Eu disse
-não! Linda, cheirosa, romântica, é fascinante esse teu jeito, acho que nunca conheci alguém como você ele tocou meu rosto e sentiu o impacto da minha pele fria, mais não afastou as mãos do meu rosto apenas me perguntou se eu estava com muito frio.
-por quê? Eu respondi sem perceber o motivo da pergunta, pois além de eu estar acostumada com minha temperatura os olhos dele eram extremamente inebriantes para que eu pudesse me distrair com besteiras.
-esta tão gelada!
Quando percebi do que se tratava, logo arrumei uma desculpa.
-sim estou com um pouco frio. Agora eu tenho que ir, amanhã então nos veremos a essa mesma hora, eu trago a cesta do piquenique. Eu dizia me afastando temendo um pouco naquela hora que ele descobrisse quem eu era e desistisse de mim há primeiro minuto, pois eu não estava conseguindo manipular a mente dele, minha beleza até o atraia mais eu não conseguia manipular ele.
-até então Lore! Disse partindo pelo mesmo lugar que o outro garoto entrou.
Eu fui para casa pensativa porque não conseguia manipular a mente dele, mais deixei de lado. Estava apaixonada para me preocupar com isso agora.
Chegando em casa eu fui me certificar de que tinha tudo que precisava para um piquenique perfeito ao luar, ao perceber que me faltava algumas coisas resolvi então sair para comprar. Peguei minha moto, pois adoro ventos nos cabelos e fui até o mercado de frutas mais próximo da minha casa no centro de Solare. A noite estava linda, chagando ao mercado de frutas eu topei com um casal que já aparentava seus 45,50 anos de idade, me olhavam parecendo saber quem eu era, com um olhar de ódio, me cercaram em um dos corredores, eu comecei a sentir que algo estava estranho com a presença deles, me pararam, o homem falou comigo de forma arrogante:
-sei quem você é então é melhor não fazer nada por aqui senão não vai sair daqui viva!
Não me intimidei.
-como disse senhor? Não estou entendo.
-está sim imortal maldita, eu posso dar fim em você, então o que quer que tenha vindo fazer aqui desista e vá embora.
Assustei-me quando me chamou de imortal, somente os caçadores fazem isso, percebi que estava na mira de um caçador, não era atoa o pressentimento que tive meu extinto aguçado sempre me mostrava o perigo quando ele estava perto, tinha achado então um motivo para não gostar tanto de Solare, as cidades antigas e pequenas tinham suas lendas e crendices que se perpetuava por gerações, eu só não sabia até então que havia caçadores em Solare, e era mais fácil acreditarem em nós nessas cidades do que onde Jasmine minha irmã morava por exemplo. Eu tinha que me render se não quisesse lutar, se não quisesse ser como os outros, olhei fundo nos olhos dele e disse:
-não sou uma matadora de humanos, você não sabe nada sobre mim, não me compare aos outros imortais senhor caçador!
- vocês são traiçoeiros... malditos...
Larguei as compras no carrinho e sai correndo do mercado, a minha dor era imensa, não suportava viver com aquele pesadelo, queria ser uma pessoa normal que tivesse uma família e que fosse amada, não podia suportar o meu destino com tanta facilidade. Mais tarde voltei e refiz as compras. Quando voltava pra casa eu pensava que as coisas pareciam muito estranhas, de uma hora pra outra eu não estava conseguindo manipular a mente dessas ultimas pessoas com quem eu tinha estado, nem a de Adan e nem daquele casal de caçadores, o estranho era que eu já tinha lutado com caçadores antes e nunca tinha sentido tanta resistência assim com eles, e Adan por que será que não consegui com ele? Duvidas que começavam a me preocupar, eu estava sentindo que ao mesmo tempo que eu parecia ter encontrado o amor da minha vida eu estava de frente com algo muito ruim que pudesse acontecer. Minhas premonições sempre foram boas, eu estava certa de que deveria aproveitar cada segundo antes mesmo da tragédia que eu estava prevendo. Mais oque seria tão ruim eu me questionava, será que quando eu me revelar Adam vai fugir, vai desistir... não vou poder interferir nisso pois não consigo atingir sua mente. Já em casa eu coloquei um CD de musica clássico e sentei-me na janela do meu quarto a passar a noite pensando em tudo novo que estava acontecendo comigo, estava uma noite linda, estrelada e eu pensava em cada minuto que passaria com ele...
Perto dali Adam também não conseguia dormir, se virando na cama por varias vezes pensando em mim, ansioso com o momento de nos encontramos, ele acordou seu irmão de tanto se mexer no beliche que dormiram desde sempre.
-Adam, fica quieto!
-Kevin desculpe! Não consigo dormir, estou ansioso com tanta mudança!
-com seu aniversário e a mudança?
-também Kevin, mais... Sussurrou de cabeça baixa, daquele jeitinho dele.
-mais o que Adam? Está acontecendo alguma coisa?
-como foi com você? Pergunta Adam curioso.
-foi normal irmão, depois que completei 20 anos, não mudei quem eu sou mais passei a detecta-los através do cheiro deles e desenvolvi habilidades rápidas de lutas especificas para detê-los, e as rezas e conjuras a mãe vai te ensinar, é fácil, temos que exorciza-los e queima-los, ou esquarteja-los e queima-los, ou estaca de prata no coração é fácil, está no nosso sangue não se preocupe.
-Kevin... você já amou alguém?
-amar, amar não, sabe que só podemos casar com uma de nós? Você esta gostando de alguém de que família de caçadores ela é? Conte-me Adam anda logo, dizia fazendo festa com irmão no quarto, jogando o travesseiro nele, pois conhecer alguém da linhagem deles e se apaixonar era como acertar na loteria ou coisa assim. Adam sorriu sem graça e disse:
-pare com isso Kevin, ela não é uma caçadora. Ele falou e um silêncio enorme ficou entre os dois.
-Adam meu irmão, você sabe que não pode, se o pai descobrir ele vai ficar louco!
-não conte nada Kevin, eu vou dar um jeito nisso, agora vamos dormir.
O dia amanheceu e eu fui dormir, não fazia nada além de pensar nele e dormindo eu sonhava mais naquele dia eu não tive um sonho bom, sonhei com o caçador do supermercado me cravando uma estaca no coração e acordei, não parecia ter dormido nada mais já eram quase 18 horas, levantei-me e tomei um banho de banheira para relaxar, logo depois me arrumei com minha super velocidade cheguei até minha moto estacionada na garagem coloquei o cesto no espaço de trás e fui em direção ao campo no final do bosque, quando cheguei Adam já estava lá ,do mesmo jeito deitado na grama todo largado, novamente comecei a sentir seu cheiro que me deixava entre a vontade de ama-lo ou torna-lo minha refeição, mais com muito controle eu olhava para os olhos dele castanhos claros quase cor de mel e me concentrava bem.
-cheguei. Eu disse
-eu sei ruiva, deu saudades de você sabia?...Dizia ele me pegando daquele jeito dele e me beijando de um jeito que parecia ter mais sede do que eu... eu o empurrei e me excedi na força derrubando ele longe e saiu rolando na grama, pois a sede que ele me da quase me faz perder a cabeça...
-desculpe Adam, desculpe...
-você é muito forte gata, nossa que tipo de esporte pratica?
-esporte? É... não só faço musculação. Eu respondi disfarçadamente ele não percebeu nada, me aproximei e ajudei-o a levantar, em seguida me dirigi até a moto para pegar o cesto que estava muito pesado, não que eu pudesse pegar, mais não podia dar bandeira, o que ele diria de uma garota com super. - força....
-me ajude aqui com o cesto do piquenique.
-porque você foge do meu beijo? Ele perguntou de novo.
-quero ir devagar, seu beijo me deixa agitada, se é que me entende... eu dizia sem graça.
- sim entendo. Ele disse com um sorriso malicioso.
Arrumamos a toalha na grama e tinha de tudo no piquenique, frutas, sanduiches sucos e rosas vermelhas para enfeitar, era bem verdade que nada daquilo me abria o apetite, mais teria que fingir.
-você é linda ruiva, parece que foi desenhada a mão, eu mal posso parar de te olhar, você é com certeza a mulher da minha vida, nunca me apaixonei assim por miguem antes e com você foi especial, certamente não poderei mais viver longe de você.
-eu te procurei muito Adam, te esperei por séculos... ou digo por muito tempo, não vou te perder mais, não posso mais. E ficávamos ali nos olhando por horas e horas, até que ele me pegou na mão.
-esta gelada de novo, quer que eu te esquente? Chega mais perto, aqui é muito frio.
Novamente eu temi, tentei manipular a mente dele para mudar o assunto, mais foi em vão. Ele insistia em pedir para eu chagar mais perto, eu sentia meu desejo explodir dentro de mim, a sede aumentava, ele foi se aproximando cada vez mais, não pude evitar mais me transformei os olhos vermelhos os dentes afiados, ali eu estava revelada, sim eu sou uma vampira é o que sou uma vampira imortal.
- não pode ser! Ele disse estatelado, mais não aparentava estar com medo.
-eu posso explicar, mais não chega muito perto!
-não você não precisa explicar nada pra mim, eu sei perfeitamente quem você é. Dizia ali parado na minha frente olhando surpreso.
-Você é uma vampira! E também é a coisa mais linda que eu já vi, assim transformada ficou ainda mais linda minha ruiva...
Eu confesso que fiquei aliviada e desesperada, aliviada por que ele parecia ter me aceitado e desesperada, pois não poderia chegar perto dele, não poderia toca-lo sem me transformar. Mais a noite das surpresas só estava começando o pior veio depois disso para mim.
-não este com medo Adam?
-não amor, você é que deveria estar.
-Adam sou uma vampira, eu amo você mais não posso toca-lo, do mesmo jeito que te amo, eu quero teu sangue! Ele estava calmo, se sentou colocando os braços sobre os joelhos e olhando para o céu começou a contar uma história que acabou com minha noite de vez.
-eu completo 20 anos na semana que vem, não sou um ser humano comum, venho de uma linhagem nobre e enfeitiçada a milhares de anos atrás, quando completamos 20 anos nos tornamos caçadores fortes e identificamos sua espécie até pelo cheiro, sou um matador Logre, sou um caçador de monstros especializado em vampiros, pertenço à família dos Stuart!
-você esta de brincadeira comigo? Espera ai... então somos inimigos naturais, por isso não consigo manipular sua mente !
-sim não consegue, nem você e nem vampiro algum e por isso sei que não estou dominado por você, estou apaixonado. Dizia com olhar de ternura para mim, como ele era amoroso, como ele era perfeito. Mais nossa união nunca poderia dar certo. Eu preocupada e ele rindo...
-do que esta rindo Adam?
-ainda ontem contei ao meu irmão que estava apaixonado, ele disse que eu não poderia me envolver com nenhuma menina que não fosse de uma família de caçadores, se ele pudesse me ver agora me deserdaria de vez... dizia em meio a gargalhadas.
-Adam... nosso amor é impossível. Eu sussurrei.
-não será não, por que não poderei mais viver sem você Lore, eu vou dar um jeito... dizia se aproximando de novo e querendo me beijar.
-lamento mais não há jeito! Virei-me e corri velozmente até minha moto e desapareci na velocidade deixando Adan para trás que gritava meu nome sem parar.
dor e sem a dor nenhum poeta pode criar,ate a dor pode ser bem vinda...
